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19/10/2011

TRISTE REALIDADE

Como já suspeitávamos, as bombonas que são utilizadas como lixeiras no Parque Estadual do Rio Doce são mais que inadequadas: podem ser nocivas.

Estivemos hoje no PERD dia 19 de outubro de 2011 (e estaremos sempre), para fazer uma visitação e ao observar de perto as lixeiras espalhadas por todo o parque deparamos com o que mais temíamos: são vasilhames de material classificado como “corrosivo”, indicado nos rótulos. Veja as fotos a seguir.










Será que este vasilhame foi limpo por dentro? Dificilmente, pois sequer o rotulo foi removido.
Ora, o que quer que se guardou ali dentro certamente pode contaminar o local, com o risco também de contaminar os animais que reviram as lixeiras em busca de alimentos, uma vez que as lixeiras são abertas e com certeza pode ocorrer o arraste de produto químico para o meio ambiente.


Como não conseguimos falar com a gerência do parque, conversamos com os guardas camping presentes e com o encarregado da portaria sobre o problema. Pelo menos apresentavam o peito cheio de medalhas indicando muito orgulho do que fazem.
Pode ser que não haja perigo nenhum. Pode ser até excesso de zelo de nossa parte. Mas esta não é a imagem que queremos difundir de parque. No mínimo ela revela uma contradição: será que os guardiões de nossas áreas de conservação estão preocupados realmente com o meio ambiente? Poxa, nem removeram os rótulos para disfarçar.
Agora estamos pedindo encarecidamente aos administradores do parque que removam imediatamente estas lixeiras, antes que alguém divulgue isto para a grande imprensa ou para a televisão evitando não só prejudicar a imagem do PERD como também para praticar de verdade ações de preservação. Não se preserva contaminando o solo. Não se preserva contaminando o meio ambiente.
Perguntamos: resíduo corrosivo ajuda ou atrapalha a preservação dos animais em risco de extinção que têm no parque o seu refúgio?
Pelo amor que temos ao parque, ficamos profundamente entristecidos com esta realidade.
Sugerimos, até que se encontre outra fórmula de resolver o problema, o uso da solução criativa da RKG Ambiental: lixeiras revestidas de madeira tratada, com tampas pesadas, que dificilmente são abertas ou derrubadas pelos animais.

É simples. Basta seguir o exemplo da RKG.

Nonato

Depoimento de Miriam Utsch

Foi com grande satisfação que participei deste projeto com a RKG Ambiental. Conheci o trabalho da empresa quando estive no Parque Estadual do Rio Doce, em 2005, fazendo o Curso de Guarda-Parques ministrado pelo IEF. Na oportunidade, o Sr. Nonato Jacome me apresentou seu projeto e eu enxerguei naquele momento a chance de realizar meu sonho e contribuir com a educação ambiental dentro de uma Reserva de Mata Atlântica. Sou da Serra do Cipó e estou envolvida com Unidade de Conservação desde os meus 14 anos de idade, quando participei do Curso de Condutores Ambientais do Parque Nacional da Serra do Cipó. Daí em diante tive a oportunidade de participar de vários cursos e debates sobre Uso Público em UC, inclusive pesquisando outras UCs fora do Brasil, como exemplo o país da Costa Rica. Trabalhei contratada pelo Ibama como Brigadista de Incêndios Florestais e depois continuei empregada no PARNA Serra do Cipó através de sua empresa terceirizada. Somando foram 05 anos convivendo com turistas, pesquisadores, Engenheiros florestais, biólogos, etc. Minha educação ambiental foi formada dentro de Unidade de Conservação e confesso ser esta a minha maior paixão.

Quando fui trabalhar na RKG Ambiental me mudei para o Parque Estadual do Rio Doce, onde pude interagir e conviver com a comunidade do entorno do Parque e com os turistas. No inicio muito coisas me assustavam e me causavam tristeza, a mais chocante de todas era que a maioria das pessoas que moravam no entorno do PERD não conheciam e/ou não gostavam do parque. Muitos criticavam o atendimento e alegavam maus tratos, outros achavam que o parque era apenas uma lagoa para pescar e quantos me perguntaram onde fica este lugar? Primeiro veio a frustração, pois na minha região o que mais valorizamos é o Parque Nacional da Serra do Cipó e ele é o responsável pela geração de renda para milhares de pessoas que vivem do Turismo na região. Segundo veio a admiração pela pessoa de Nonato Jacome, que todos os dias chegava empolgado e com vários projetos para mudar aquela paralisia que tomava conta das pessoas e do próprio órgão IEF. A este grande Sonhador e Idealizador minha grande admiração e respeito. E em terceiro meu amor ao Meio Ambiente e as pessoas, foram os motivos que me levaram a lutar com a RKG Ambiental para resgatar e apresentar o PERD para o Vale do Aço e o mundo. Nosso trabalho foi grande, apresentamos o parque para as comunidades do entorno, para MG e vários estados; geramos empregos, buscamos novas fontes de renda para a comunidade, realizamos várias melhorias na infra-estrutura do PERD e colocamos qualidade no atendimento aos turistas. E o mais importante criamos um novo conceito de uso público em UC sem jamais infringir o seu Plano de Manejo e as demais diretrizes que regem uma Unidade de Conservação.

Como é triste vê tudo aquilo abandonado, macacos tomando choque, infra-estrutura deteriorando por falta de cuidado e uso, passeios de barcos cancelados, projetos engavetados e comunidades esquecidas.

Este ideal não pode morrer, o Parque Estadual do Rio Doce e a Mata Atlântica são valiosos demais para serem esquecidos em um simples pedaço de papel. A RKG Ambiental tem o compromisso de convocar a todos para lutar por um futuro onde nossos filhos e netos tenham o direito de respirar, nadar, conhecer a flora e fauna, interagir e proteger esse Bioma tão importante para a sobrevivência do nosso planeta.

Vamos lá, acorda Vale do Aço, essa riqueza pertence a vocês!

Miriam Aparecida dos Santos Ferreira Utsch